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O evangelho de São Marcos apresenta uma série de situações especiais ao longo dos seus 16 capítulos. Dos quatro Evangelhos é o menor, mais abreviado e escrito apresentando certa pressa em seu desfecho.  Os mais eruditos marcam o ano 71 como o ano do seu escrito e o “destino” são os romanos sem dúvida. A Igreja neste período conturbado 70-72 d.C com a invasão de Jerusalém e a Diáspora, muitos judeus se encontram em Roma. O incêndio de 64 provocado por Nero e a culpa lançada sobre os cristãos tornam a situação mais insustentável.  Quero considerar uma palavra usada por São Marcos para refletir neste artigo: Rasgão. Antes de iniciar o estudo, poderiam me perguntar como posso fazer a afirmação que este Evangelho de Marcos foi escrito para os romanos? A resposta pode ser vista em português, basta conferir a palavra LOGO ao longo do texto: Veja apenas alguns exemplos onde você encontrará esta palavra:Marcos 1:10, 12 , 18, 20, 21, 28, 29, 42, 43- 2: 2 , 8 , 12-  3: 6. 4: 15, 16, 17, 29 etc. São várias outras passagens onde o leitor se quiser, poderá conferir. A palavra LOGO era usada pelos soldados romanos e representa um vício de linguagem, a palavra usada na tradução latina é PROTINUS= PRONTIDÃO   

Rasgão:  

Três indicações semelhantes nos chamam a atenção: 

Numa série de cinco seqüências que contam as disputas de Jesus com os fariseus (2:3), Marcos põe na boca de Jesus as seguintes palavras: “Ninguém cose um remendo de pano cru num vestido velho; doutra sorte o remendo novo leva parte do velho e o rasgão torna-se maior”. Nemo assumentum panni rudis assuit vestimento veteri; alioquin supplementum aufert aliquid ab eo, novum a veteri, et peior scissura fit.

No momento em que Jesus confessa, frente ao sinédrio, que ele é o Messias, “o sumo sacerdote rasgou suas túnicas” (14:63) , Summus autem sacerdos scindens vestimenta sua ait: “ Quid adhuc necessarii sunt nobis testes?

Logo depois da morte de Jesus, “a cortina do Templo rasgou-se em duas, de alto a baixo” (15:38) Et velum templi scissum est in duo a sursum usque deorsum.Esses três rasgões são muito sintomáticos com respeito ao trabalho textual: o relato da prática de Jesus realmente produz um rasgão, um “cisma”, se quisermos utilizar o termo grego. As velhas vestimentas, as túnicas do sumo sacerdote, a cortina do Templo, não conotam outra coisa, não se referem a outro código e não significam outra coisa que o texto(tecido) oficial  da organização social judia, o “código simbólico” que organiza as relações sociais, quer dizer, essencialmente, o “sistema de pureza”. Poderá o leitor se perguntar qual o ponto no qual chegaremos? A Terceira Puxada. Nenhuma cisão ou rasgão na História ocorreu desde um sistema que não precisasse de uma ruptura. Não se modifica o perfeito. O profeta irmão Branham nos diz que Lúcifer não queria criar um inferno, queria um céu melhor. O céu é perfeito, as relações humanas não. Quando Jesus provoca um Cisma, um rasgão uma ruptura no sistema farisaico é por este último se encontrar completamente distante do ideal de Deus. A presença de um profeta é para manter o velho? Alguém vaticinou uma ruptura ou um cisma entre os pastores, de fato está em pleno curso. Minha pergunta é se o cisma ou o rasgão é de ordem moral? Não. A questão é doutrinária. Josué 5:12 diz que quando o povo passou o Jordão, entrou na Terceira Puxada o Maná cessou de cair do céu. Comeram os frutos da terra ao invés do Maná, não havia mais.  Houve um cisma.  A era de Laodicéia é o antigo maná e não podemos comer dele uma vez que há bichos no mesmo. Cremos perfeitamente que a Terceira Puxada não anula a Primeira e nem a Segunda Puxadas, ao contrário, há um aperfeiçoamento e para percebermos isto temos que nos voltar para a Estatura do Homem Perfeito. Vejamos:

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Percebemos um afunilamento na medida em que chegamos a Pedra de Coroa, justamente o ministério do irmão Branham e ministério da Noiva. A ruptura com a era de Laodicéia é iminente e quem não perceber o momento ficará aquém do Jordão. Há um péssimo ensinamento, digo eu, paroleiro, que desprovido da Estatura do Homem Perfeito se aventura no enigmático. Não cremos que há uma excepcionalidade de um grupo A ou B ou outro qualquer sobre tal momento. A forma de Deus se manifestar ao homem é pela Palavra, Hebreus 1:1. O profeta no-la entregou e não é privilégio de ninguém ter domínio sobre a mesma, por mais belo o quadro pintado.  O espírito denominacional não concebe da Terceira Puxada uma vez que os dogmas e credos e sistemas impedem, mesmo que a pessoa se diga fora da denominação não é sinal que a denominação esteja fora dela.  Temos ouvido alguns que dizem que o ensinamento da Terceira Puxada tem causado desvario mental em irmãos.  Maiores desvarios que a política de pastores estamos por ver, precisamos alcançar a maturidade para nos apercebermos que jogo político vem revestido de pseudopietismo.   Há pessoas que se justificam com erros de outros, tenho uma equação para os senhores= Terceira Etapa+ Além do Jordão é diferente de ACÃ. Ele estava lá, porém não anulou a fase. O anátema não anula a soberania.

 

Galiléia: “gelil ha goyïm” (distrito dos pagãos)

Muito bem, a palavra tem o poder de carregar em si as neuroses e valores que são identificadas por quem fala ou lê. No Evangelho de Marcos, Jesus é chamado de CARPINTEIRO (6:3), OS MENOS FAVORECIDOS DA SOCIEDADE O ACOMPANHAVAM (1:16-20) e PESSOAS IMPURAS (2:13-15). Tem mais, Jesus era chamado de O GALILEU (1:28).    É fácil perceber que os rótulos depreciativos são bem fáceis de serem aplicados quando interessa ao sistema que está prestes a sofrer o RASGÃO. Meu objetivo com este estudo sobre o Evangelho de São Marcos é justamente identificar a resistência do sistema laodiceano ao perceber seu fim. Quero que reflita bem nestes dois trechos das Escrituras, primeiro Marcos 2:23-27, os discípulos passam entre campos de trigo, colhem espigas e as comem. Os fariseus constatam essa prática e fazem a seguinte leitura: a lei proíbe tal ação no sábado, os discípulos, portanto estão marcados pela IMPUREZA (pela morte) segundo a Lei. Jesus lhes propõe outra leitura dessa prática, mas fá-lo de uma maneira curiosa: ele conta o relato de uma outra prática, a de Davi e seus companheiros (1º Samuel 21: 2-7), ora se fizermos um paralelo entre os dois relatos, temos o seguinte: 

1 Por que teus discípulos 1 Davi e seus companheiros.
2   2 Quando ele teve necessidade e teve fome.
3 Fazem (colher espigas). 3 Comeram os pães da proposição.
4 No dia de sábado. 4 Na casa de Deus.
5 O que não é permitido? 5 O que só é permitido aos sacerdotes.

 

Observe que a frase 2 não existe na primeira coluna. É exatamente isso que Jesus faz ao ler os fariseus: se seus discípulos agiram assim, foi porque tinham fome. Ora, os fariseus não podem ler, porque estão encerrados em seu sistema legalista de “pureza”.  Continuaremos brevemente. 

Texto elaborado e escrito por Irmão Sérgio Ricardo

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