(3ª Epístola de João)

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João na ilha de Patmos

Um dos mais velhos métodos humanos de manter “unidade” foi praticado por um homem chamado Diótrefes. Este homem queria um lugar de primazia entre seus irmãos, e decidiu-se a expelir da igreja quem quer que não o seguisse. Ele se via como “dono da igreja” e usou várias acusações falsas e palavras maliciosas para afastar e manter fora aqueles que estavam pregando a verdade. Ele não permitiria nem mesmo que a igreja recebesse coisas escritas por fiéis servos de Deus! Seus esforços para proteger seu próprio partido eram prejudiciais à causa de Cristo. João não se intimidou com tal carnalidade. Ele escreveu a este arrogante servo de Satanás: “Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas cousas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja. Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus” (3ª João 10-11). Diótrefes era grego como indicado na etimologia de seu nome (Alimentado por Zeus).

DIÓTREFES

1) Significado do Nome – Figura mais curiosa é a de Diótrefes, cujo nome significa “alimentado por Júpiter”. Júpiter ou Zeus, na mitologia greco-romana, era o pai e o soberano dos deuses. Conta-se dele que venceu os Titãs, derrotou seu pai Saturno, deu o mar a Netuno e os infernos a Plutão, havendo reservado para si o céu e a terra. Como se vê, Júpiter era prepotente e ambicioso, razão por que mereceu o cognome de Júpiter-Tonante, que atroa que troveja.

2) Motivação de uma Escolha – Posso imaginar um casal de gregos, animado de superstição pagã, a sonhar que seu filho viesse a ser alimentado pelo próprio Júpiter, a fim de adquirir as mesmas qualidades e os mesmos atributos de primaz dos deuses. Essa ambição de glória se reflete no nome que elegem os pais para o filho querido: Diótrefes. O menino cresceu orgulhoso, arrogante, prepotente e sem curvatura interior, incapaz de respeitar até mesmo João.

3) Possível conversão – Diótrefes Foi atraído pelo Cristianismo e a ele aderiu. Professou a fé em Cristo. Tornou-se membro da Igreja local de sua cidade. Adquiriu influência. Até chegou a ser ordenado Ministro do Evangelho, chegando a ter distinção na liderança da Igreja. Contudo, Diótrefes tinha escondido no coração, um ciúme amargo da influência do apóstolo João na Igreja. Por isso, não o convidava nunca para pregar em “sua” Igreja, nem mesmo para visitá-la.

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3ª Epístola de João (Manuscrito do século III)

PSEUDO-LÍDER

1) Diótrefes Amava Exercer a Primazia – Entre eles (os da igreja e os do campo missionário). “Homem ambicioso do poder,” reza a versão francesa de Meredsons. Ama ter entre eles a primazia. Procura ter entre eles o primado. Entre eles se arvora em chefe. Mostra amor ao exercer aí o primado. Quer ser o primeiro entre eles. Esse era o gosto pessoal de Diótrefes, totalmente esquecido do ensino de Jesus: “… quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de todos.” (Mc 10.44). Jamais pagara qualquer preço pelo estabelecimento e crescimento da Igreja e da Obra em geral. Não havia mostras claras de frutos de vidas ganhas por ele. Locupletava-se com o trabalho fundado por outros. Escondia-se atrás do discurso sobre “justiça social,” esquecendo do “Reino de Deus e Sua justiça” promovia a justiça própria!

2) Diótrefes Servia-se a Si Mesmo – E aos de sua própria família, embora fingindo estar a serviço de todos, tramava a tomada do poder para o exercício da primazia. Quanto podia e até quando não podia, usava, com admirável habilidade, a influência dos outros para alcançar os seus fins de supremacia. Era o tipo acabado do demagogo atual. Só cria em si mesmo. Só pensava em si mesmo. Só cuidava dos seus próprios interesses. Não comparecia a reunião alguma dirigida pelos outros. E quando comparecia, fazia questão de demonstrar descaso e frieza com a liderança dos colegas. Não cooperava com trabalho algum da iniciativa dos outros. Desencorajava qualquer empresa boa em favor do Evangelho, em que não fosse ele a pessoa mais importante. Queria estar sempre em evidência. Queria ser louvado. Era do tipo que ama o sensacionalismo, que se louva a si mesmo, que alardeia os seus feitos ou instrui a alguns para alardeá-los. Vivia num permanente clima de encenação. Se vivesse na época pós moderna, amaria ver sempre sua fotografia reproduzida a propósito ou sem propósito nos jornais. Sua mãe não tivera mesmo a ambição de vê-lo criado e alimentado por Zeus? Seu gosto era este: o de ser o primeiro em tudo. E que todos estivessem a seu serviço, a sua disposição. Saberia manejá-los e tirar partido da pureza, ingenuidade e da simplicidade dos irmãos em Cristo, tudo isto a seu bel prazer e egoísmo, longe do ensinamento de Jesus.

3) Diótrefes Não Acolhia Nem Mesmo a João – Um autêntico Apóstolo de Jesus. Os irmãos na Igreja gostavam de João como “Pai Espiritual”. Queriam ouví-lo pregar. Queriam beber dos seus ensinos. Diótrefes, porém, mordia-se de raiva e de ciúme, face à influência crística do apóstolo. Proferia contra este nos bastidores “palavras maliciosas”, malignas, ferinas, injustas. Não reconhecia a autoridade e cobertura Apostólica de João. Tentava destruir o prestígio merecido do venerável presbítero. Jamais suportaria que alguém fosse mais importante do que ele. O Apóstolo João, entretanto, não o temia. Iria brevemente àquela igreja e lembraria a Diótrefes perante a igreja, as suas obras e as suas palavras. Denunciaria a sua prepotência, o seu abusivo domínio e espírito de engano. Pois Diótrefes só, não acolhia os emissários de João, como até encontrava meios e argumentos para impedir que os irmãos os não hospedassem. E quando não conseguia seu intento, expulsava os irmãos da igreja. Seu procedimento era maligno e reprovável diante de Deus.

 

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Irmão Branham 

 

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