Para minha querida e preciosa esposa Pêdra!

Minha amada esposa, neste momento escrevo-te esta carta com o mesmo amor e paixão de quando escrevia nossas primeiras cartinhas, em especial àquela quando fostes para São Paulo e eu não sabia o endereço para poder-te enviá-la. Então, por longos meses a carreguei todos os dias no bolso. Esta também não posso entregar -te, porém isso não me impede de escrevê-la.
Nos apaixonamos ainda adolescentes…ah meu amor, os teus lindos olhos e cabelos castanhos claros e o teu sorriso encantador eram características marcantes em ti… Eu sabia que o que sentíamos um pelo outro era amor, assim como vc, eu tinha certeza que queria viver contigo até o fim de nossas vidas. Imaginava nós dois velhinhos e apaixonados arrodeados por nossos filhos e netos e quem sabe bisnetos.
Mas esses não eram os planos de Deus para nós, Ele a levou para si. Resta -me saudade e uma paixão à espera de um grande amor que não voltará de viagem, como quando fostes para São Paulo…
Casamo-nos vivemos tão felizes! Recordo -me da primeira refeição que você preparou em nosso humilde lar, sem mobílias e portas. Nunca em minha vida eu comi uma abóbora tão deliciosa. Não poderia deixar de mencionar a nossa vinda para Brasília, vc gestante da nossa segunda filha e o nosso primogênito nos braços. Trouxemos um saco com roupas e dois pratos que se quebraram durante o percurso, o início não foi fácil, mas tínhamos um ao outro, nos amávamos e sabíamos que venceríamos.
Você acreditou em mim, sempre esteve ao meu lado. Sempre foi guerreira, forte, determinada, lutadora e amorosa. Uma perfeita costureira que aprendeu fazendo roupas de bonecas e se tornou a profissional que era, vestiu nossas três filhas com decência. Uma mãe super protetora que criou nossos cinco filhos com amor e dedicação. Você esteve ao meu lado durante o meu ministério, uma verdadeira cristã.
Minha amada, tu fostes tão zelosa comigo, com nossos filhos e com o nosso lar. Serei eternamente grato a ti!
Meu amor, você não estará aqui para perguntar se eu peguei a carteira, o documento do carro, a blusa de frio, me dizer para não tomar água gelada…
Ah, minha Pedrinha! Que falta você me faz! Você sempre foi o amor da minha vida, o meu único amor! Um dia eu te encontrarei e te reconhecerei com aquele belo sorriso e seus cabelos castanhos claros e te darei um forte abraço!

Eu sempre te amarei!!!
Do seu eterno amor, Lindomar!